Campanha da Fraternidade: Izalci defende inclusão da caatinga e cerrado como patrimônios nacionais
A Câmara realizou nesta segunda-feira (13) sessão solene em homenagem à Campanha da Fraternidade de 2017, com o tema “Fraternidade: biomas brasileiros e defesa da vida”. A campanha foi lançada na quarta-feira de cinzas pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O deputado Izalci (DF) participou da cerimônia e destacou o fato de o bioma cerrado não estar incluído na Constituição Federal como patrimônio nacional.
O lema escolhido para o ano é “Cultivar e guardar a criação (Gn 2, 15)”. O Brasil possui seis biomas: Cerrado, Mata Atlântica, Caatinga, Pampa, Pantanal e Amazônia. “A campanha coloca a urgência de despertar em cada um de nós a consciência ambiental e, com a luz de Deus, perceber o impacto de nossas ações, transformando-as em favor do bem a natureza”, afirma o deputado. “O lema proposto chama-nos a refletir e agir coletivamente, para proteger nossa fauna e flora, nossos mananciais de água, e com isso garantir às gerações futuras terra fértil e qualidade de vida”.
Demonstrando a importância de ações de preservação, o tucano fez referência ao desastre de Mariana (MG). Izalci afirma que a tragédia poderia ser evitada, caso não houvesse descaso e irresponsabilidade da empresa que explorava minérios e das autoridades, que não agiam diante de um desastre que se anunciava há anos. “A região ainda não se recuperou e talvez leve décadas para se recuperar”, diz Izalci.
O parlamentar alerta que ainda hoje os biomas cerrado e caatinga não integram o texto constitucional como patrimônio nacional. O cerrado, bioma presente no DF, é o segundo maior da América do Sul e ocupa 22% do território nacional. A caatinga é um bioma exclusivamente brasileiro e ocupa 11% do território. A biodiversidade da fauna e flora dos dois é diversa e rica.
Fora da Constituição, os biomas não têm a preservação assegurada pelas autoridades, ou seja, não há limites para a utilização dos seus recursos. “A impressão é de que o cerrado não tem importância ecológica comparado aos demais, mas isso trata-se de uma visão estreita e preconceituosa e se dá em razão de suas árvores com galhos tortos, que para muitos não têm a beleza das arvores da mata atlântica”, afirma o tucano.
Dom Leonardo Ulrich Steiner, bispo auxiliar da Arquidiocese de Brasília, ressaltou os reflexos do impacto das falhas na preservação do bioma, como a falta de água. “Que essa campanha nos ajude a abrir os olhos e, especialmente, abrir nossos corações, para que nossa casa seja um lugar de convívio de todos”, afirma.
Para Izalci, a campanha vem mostrar que cuidar dos biomas brasileiros, além de ser uma ação de fé e cidadania, é um compromisso com Deus. “Até quando o ser humano vai tratar a natureza simplesmente como objeto de lucro? Qual mundo entregaremos para nossos netos e gerações futuras?”, questionou. Tramitam no Congresso Nacional inúmeras Propostas de Emenda à Constituição (PECs) para incluir o cerrado como patrimônio nacional na Constituição.
Reportagem: Sabrina Freire