Seminário discute experiências de universalização do saneamento e de redução de perdas de água
A pedido do deputado João Paulo Papa (SP), a Subcomissão Permanente de Saneamento Ambiental, em parceria com o Instituto Trata Brasil e a Fundação Getúlio Vargas (FGV), realiza nesta terça-feira (17) o seminário “Exemplos em Saneamento Básico – Municípios provam ser possível universalizar serviços e reduzir perdas de água”. O evento está marcado para as 9h no Auditório da FGV, em São Paulo.
Segundo o tucano, o evento terá como finalidade apresentar e discutir experiências exitosas de municípios na universalização dos serviços de saneamento básico e na redução de perdas de água. A intenção é atender os objetivos do plano de trabalho da Subcomissão Permanente de Saneamento Ambiental em 2017, do âmbito da Comissão de Desenvolvimento Urbano.
A programação será organizada em dois painéis. O primeiro abordará o tema “A universalização do saneamento na prática”, a partir dos exemplos oferecidos de cidades de Ponta Grossa (PR); Presidente Prudente (PR); Piracicaba (SP) e Lagoa da Prata (MG), que atingiram níveis de excelência no atendimento da população nos serviços de abastecimento de água e coleta de esgoto.
No segundo painel, o tema será “Redução das perdas de água não é utopia”, em que serão apresentadas as experiências de cidades que implementaram ações bem-sucedidas de combate às perdas, como: Lins (SP); Cachoeiro do Itapemirim (ES); Umuarama (PR) e São Caetano do Sul (SP).
Segundo João Paulo Papa, ambos os temas dos painéis representam desafios de grandes proporções para o país e merecem atenção. De acordo com o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS, 2015), 84,3% da população é atendida com abastecimento de água e 57,3%, com rede coletora de esgoto. Entretanto, 74% do esgoto coletado recebe tratamento e apenas 42,7% de todo o esgoto gerado no país é tratado. Sobre as perdas de água, o índice nacional é de 36,7%, o que resulta num prejuízo de R$ 8 bilhões/ano, segundo o Instituto Trata Brasil. Ainda segundo a instituição, o custo para universalizar o acesso aos 4 serviços do saneamento (água, esgotos, resíduos e drenagem) é de R$ 508 bilhões, no período de 2014 a 2033. Para universalização da água e dos esgotos esse custo será de R$ 303 bilhões em 20 anos.
“O cenário exige a atenção do Parlamento. Desde 2015, a Subcomissão de Saneamento Ambiental se dedica a oferecer contribuições para a universalização do saneamento no país. Neste ano de 2017, dentre os objetivos específicos do Plano de Trabalho do colegiado, consta o de contribuir para a redução dos indicadores de perdas de água nos sistemas de abastecimento”, ressalta.
Foram convidados: Henrique Pires, secretário nacional de Saneamento Ambiental do Ministério das Cidades; Benedito Braga, secretário de saneamento e recursos hídricos do Estado de São Paulo; Édison Carlos, presidente-executivo do Instituto Trata Brasil; Gesner Oliveira, professor da Fundação Getúlio Vargas; Jerson Kelman, presidente da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp); além de representantes da Comissão de Infraestrutura do Senado Federal e prefeitos de municípios de São Paulo.
Reportagem: Sabrina Freire